quarta-feira, 12 de março de 2014

EM DEFESA DE JACOB

Título original: Defending Jacob
Autor(a): William Landay
Editora: Record

Jacob Barber é um garoto comum. Mas, sob a aparente normalidade, pode se esconder um assassino. Aos 14 anos, ele é acusado de matar Ben Rifkin, seu colega de escola. Por uma cruel ironia do destino, à frente do caso está o pai de Jacob, Andy Barber, promotor veterano e respeitado de uma cidade de Massachusetts, que é imediatamente afastado da investigação. Ele acreditava ter uma família perfeita e tudo isso põe por terra a fachada de normalidade de sua vida. Seu desafio torna-se descobrir se Jacob é inocente, ao mesmo tempo em que precisa encarar segredos do passado e tentar preservar seu casamento em crise.
O menino jura ser inocente, e Andy, para quem a investigação se transforma em uma prova de amor, acredita nele. Afinal, ele é seu pai. Porém, numerosos fatos e acontecimentos vêm à tona ao longo da investigação, revelando o quão pouco os pais às vezes sabem sobre os filhos. Paralelamente, o casamento de Andy começa a desmoronar, e ele é levado a outro julgamento, no qual é ao mesmo tempo juiz e réu – uma disputa interna entre lealdade e justiça, verdade e alegação, um passado que ele tenta enterrar e um futuro que parece cada vez mais indefinido.

Com doses de adrenalina e suspense psicológico, William Landay nos põe diante de um tabuleiro de xadrez literário em que cada movimento das peças revela uma história de traição e culpa, e nos convoca a pensar sobre a velocidade aterrorizante com que a vida pode sair dos trilhos.

- O livro tem um enredo muito bom e personagens interessantes. É do tipo de leitura que você não quer largar. Um thriller jurídico repleto de suspense. Gostaria apenas com o personagem Jacob tivesse rendido mais, pois tinha espaço para isso.
Tem um final inesperado e inconclusivo, que não decepciona, só torna tudo mais interessante na medida em que faz o leitor tirar as suas próprias conclusões.

DESLEMBRANÇA

Título original: Forgotten
Autor(a): Cat Patrick
Editora: Intrínseca


Toda noite, quando London Lane recosta a cabeça no travesseiro e dorme, cada mínimo detalhe do dia que viveu desaparece de sua memória. Pela manhã, restam-lhe apenas lembranças do futuro: pessoas e acontecimentos que ainda estão por vir. Para conseguir manter uma rotina minimamente normal, London escreve bilhetes para si própria e recorre à sempre fiel melhor amiga. 
Já acostumada a tudo isso, ela tenta encarar a perda de memória mais como uma fatalidade que como uma limitação. Mas, quando imagens perturbadoras começam a surgir em suas lembranças e London precisa, de algum modo, escapar delas, fica claro que para entender o presente e o futuro ela terá que decifrar o que ficou esquecido no passado.

- Leitura leve e agradável. Poderia até ter mais páginas. Achei o final meio corrido e com gostinho de quero mais.

DOCE MANUELA

Título original: Doce Manuela
Autor(a): Júlio José Chiavenato
Editora: Moderna

Manuela é menina negra e órfã, que mora com a avó e o irmão pequeno. Sustenta a casa catando ferro e papel velho nas ruas. Estuda no segundo grau porque é obstinada. Está no time de vôlei e sonha um dia ser jogadora importante. Tem apoio do professor Turco e do professor de Educação Física. Os leitores vibrarão, torcerão pela heroína, e discutirão as injustiças, a justiça, os preconceitos... E sem dúvida vão repensar e rever seus valores.

- Júlio José Chiavenato diz:
"Abomino esse negócio de literatura "infanto-juvenil". Literatura é ou não é. Existem as gradações, ninguém nasceu Machado de Assis. Mas literatura é ou não é. "

A história de Manuela é a mesma de tantas meninas e meninos, negros e brancos. Com seus medos e suas lutas. História de preconceito e da irritante mídia sensacionalista. Recomendo.

VIDA APÓS A MORTE

Título original: Life after death
Autor(a): Damien Echols
Editora: Intrínseca

Aos dezoito anos, Damien Echols foi apontado como líder de um grupo satanista e principal responsável pelo assassinato de três garotos de oito anos em West Memphis, no Arkansas. Após um julgamento marcado por falsos testemunhos, provas manipuladas e histeria pública, em 1994 seus amigos Jason Baldwin e Jessie Misskelley foram condenados à prisão perpétua e Damien foi enviado ao Corredor da Morte, onde aguardaria sua execução. As irregularidades gritantes no desenrolar do processo, bem como a apatia dos advogados de defesa, chegaram ao conhecimento do público dois anos depois, por meio do documentário Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hills. Desde então o caso conquistou repercussão mundial e angariou simpatizantes célebres, como o ator Johnny Depp, o músico Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, e o cineasta Peter Jackson, que se empenharam vigorosamente para que a justiça fosse feita. Graças a esse esforço, o trio de West Memphis foi enfim libertado em 2011.
Em Vida após a morte, Damien Echols conta sua própria história com notável talento narrativo e constrói um relato envolvente. Sua prosa fluida e rica em detalhes alterna episódios da vida dentro e fora do sistema carcerário norte-americano, ao descrever desde a infância de extrema pobreza, sua condenação e os anos na cadeia até a relação com a esposa, com quem ele se casou quando ainda estava preso. Mais do que a denúncia de uma injustiça perpetrada durante dezoito anos, Vida após a morte é uma obra tocante que desnuda todo o esforço realizado pelo autor para preservar sua sanidade e integridade diante de uma rotina de terror e desespero.

- No decorrer da leitura pensei: eis o cara mais azarado e sortudo ao mesmo tempo. Azarado por ser acusado e preso por um crime que não cometeu e sortudo por escapar do corredor da morte e ganhar a liberdade.
Damien faz aqui uma denuncia ao sistema penitenciário nos Estados Unidos. Expõe a forma como são tratados os condenados e a manipulação que a mídia faz. Injustiça e corrupção. 
Um livro para te fazer pensar em como as coisas mais simples são as que mais nos faz falta quando somos privados da liberdade.
Recomendo.